sexta-feira, outubro 15, 2004

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O que há em mim...

é sobretudo cansaço
Não de isto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço...

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por um suposto alguem.
Essas coisas todas-
Essas e o que faz falta nelas eternamente-;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada-
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se nao puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

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2 Comments:

Blogger ricardo said...

...o que há em ti tudo!

5:38 da tarde  
Blogger not_alone said...

Então explika lá o que está uma foto do eddie vedder a fazer num poema de pessoa? n encontrast nenhuma do senhor?

4:50 da tarde  

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