quarta-feira, outubro 12, 2005

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Porquê?...

Porque é que me olhas assim, se nem sequer me vês? Porque é que me falas dessa forma que não quero ouvir, obrigando-me a deixar de ouvir com os ouvidos e a concentrar-me apenas no que os teus olhos me dizem.É verdade que eles me falam num dialecto que ainda não entendo. Porque não mo traduzes? Ah, se soubesses como anseio tocar-te de uma forma que eu sei que nunca ninguém te tocou..Visualizo essa imagem uma e outra vez, enquanto insistes em dizer piadas idiotas. E eu sorrio...Nao por lhes achar graça, mas porque me sinto tão idiota quanto elas, e por saber que nem sequer tens vontade de as dizer. Mas que fazer? As máscaras que colocámos foram escolha nossa e protegem-nos neste mundo, o qual não fazemos parte. Mas até a isso...sorrimos. Como a Mona Lisa. Mas na realidade, sofro. Sofro porque nem sequer sei como te sinto.Confesso, dias se passam e nem sequer do teu nome eu me lembro. Em dias de chuva, quando me sinto só...sinto-te em mim.Como um peso no peito, uma rede no cérebro, uma dor incomodativa, que me faz chorar´lágrimas delicadas numa face já ensaguentada de outras e outros. Por vezes, nem te ouço falar. Concentro-me nos teus olhos côr de amêndoa, na forma como se mexem, tão pequeninos, na tua ânsia de engolir o mundo pelos olhos. Que inveja de não ser todas as coisas que miras, todas as coisas em que tocas...ser todas as coisas e não ser nenhuma, que o todo é igual ao nada, e não nos basta. Penso tudo isto, enquanto falas. Enquanto julgas que eu estou a ouvir as tuas histórias. Enquanto a tua mão passeia com o cigarro pelo ar. Adoro essa tua mão de poeta...Anseio pelo toque dessa mão suja. Que acontecerá se ela um dia se entrelaçar na minha?...Porque não?...
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sábado, outubro 08, 2005

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Esta noite

Ja sozinha me encontro, e a cabeça fervilha.Doi me o peito, os olhos de chorar e sinto o fumo do tabaco a arranhar me a garganta.Todo o meu corpo se desfaz e nao sinto nenhuma sensação agradavel.Nao vejo nada,nao ouço.Fora a dor,nada mais sinto.E um sorriso é um movimento muscular q a mim me parece impossivel de realizar.Escrever parece me uma idiotice e cuspo apenas palavras em frases desconexas.Nao escrevo pra ti,nem pra ninguem.So pra que nao doa mais e a minha mente me deixe em paz.Gostava de poder arrancar te de mim, ou deixar de ser eu.Ser alguem mais futil, menos peocupada,menos eu e pronto!Farta de tudo.De mim, sobretudo.Fora eu outra e seria feliz.Deixar de ser lirica, aborrecida, desinteressante e interessada.Porque surgi eu assim?Nao me sinto bem.Sou infeliz comigo e com todos os outros.Para mim acabou.So me ha de faltar mudar de nome.Acabou se.Nao aguento mais.Nao me procurem,porque ja nao existo...
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sexta-feira, outubro 07, 2005

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Quanto mais cresço..

mais infantil me torno e mais ingenua me sinto.Mais sozinha tambem.Denoto que as pessoas à minha volta se tornam mesquinhas,mudam a cada dia que passa e chego mesmo a deixar de as conhecer.Desiludem, tomam atitudes que nao sei de onde vêm e abandonam me.E eu choro como nunca chorei na minha vida e cada vez mais me refugio nos meus sonhos, apesar de saber claramente que nunca os hei-de realizar.Mesmo assim, nao consigo deixar de sonhar e esperar.Julgo que é mesmo isso que faz com que eu acorde todos os dias e retome a minha realidade tao irreal.Cada vez me sinto mais pequenina e antes de dormir, tento sempre lembrar me quando foi que as coisas mudaram?Quando é que ficou decretado que ja nao mais seriam os meus pais a decidir por mim,que ja nao mais poderia passar as tardes de verao a brincar sem que me ralhassem, ou que ja nao mais poderia viver sem pensar.Pensar e reflectir sobre todos os problemas, meus ou nao,nao importa, porque acabam sempre por me atormentar de forma exaustiva.Nao me consigo lembrar do ultimo dia em que adormeci calmamente e pensei, ja cansada...esta tudo tao bem, tao certo...sinto-me tao feliz.E isso assusta-me.Nao sei se cometi algum pecado e é suposto permanecer assim,no escuro, no frio, no tédio, na solidão, na dor.E o sonho persiste, o sonho em que alguem chegará e me há-de salvar.Fazer me uma festa na cabeça (como aquela que me fizeste à pco tempo), me pegasse no colo e me levasse, nao importa sequer para onde.Estou cansada, dói-me o corpo e a alma.Fazem-me falta os momentos de paz, em que fumávamos cigarros, à luz da lua e falávamos horas e horas, e nada mais importava.eramos so tu e eu.Como num dos meus sonhos...mas depois,nao me lembro quando nem porquê, tivemos de voltar à realidade...e eu sinto me perdida.Nao pertenço à realidade e muito menos a este mundo.Nao gosto de momentos,apesar de estarem em maioria na minha vida.Gosto da eternidade das coisas boas.Gst de utopias e de sonhos,que me dao menos trabalho.E infantilmente peço que se torne possivel o impossivel, e que eu possa dormir...pra que td seja perfeito e eu possa ser uma menina num corpo de uma mulher.
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